Desde a pespectiva de Michel Foucault,
O homem antigo buscava na ética uma estética da existência,
visava uma estilística, um artesanato da existência.
Essa busca do bem, de uma vida aperfeiçoada
se espelhava na organização do Kosmos.
Como nos Pitagóricos, por exemplo, o universo vísivel e audível,
com seus astros, estrelas pareciam revelar uma ordem, uma circularidade,
uma beleza, um silêncio musical onde os homens deveriam se espelhar.
Assim se poderia trazer para a cidade, a pólis, essa ordem, essa beleza
que o universo espelhava.
Em Homero, primeiros poemas épicos gregos, a ética, a excelência era inata
entre os Aristocratas, Aristói, os nobres descendentes de grandes famílias,
heróis, alguns se creditavam descendentes dos Deuses, então essa nobreza
inata, de fato e de direito se expressava em suas vidas.
Hesíodo, sec. VIII, considerado primeiro historiador na civilização ocidental,
a virtude, Aréte, o homem bom e melhor, não lhe era dado, não era inato,
era produto de de uma luta, do esforço, a boa luta de conquistar a virtude.
A Virtude, no campo pessoal e também envolvendo o campo político, se
expressava na pólis.
O corpo vivo pode expressar saúde e beleza, a cidade também;
assim como pode expressar doença e feiúra.
A metáfora do corpo saudável vai ser fundamental
para a constituição dessas estilistícas da existência.
O homem é saudável quando todas as suas partes
estão funcionando de modo integrado.
Outra metáfora fundamental para os Gregos,
é a da navegação. Os Gregos viviam diante do mar,
usavam a navegação para o comércio.
Platão fala da cidade como uma naú,
é necessário estabelecer rumos certos.
O homem navega no tempo, em trânsito, itinerante,
dentro do seu espaço, território, sua moirá, destino,
Ele se sabe MORTAL, um ser navegante na temporalidade.
Esses são marcos fundantes para se pensar uma ética e
estética da existência.
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