Zé de Arimatéia,
assim se chamava o pescador
que em defesa de uma mulher
foi parar num presídio do Ceará.
Quando lá chegou,
entre tantos cabras da peste,
Zé brotou e floriu
se fez mulher,
fez tranças no cabelo
pintou os lábios
da cueca fez calcinha,
Zé roçava o rabo nas grades da cela.
Homem das águas,
afluentes do inconsciente,
a anima subiu á superficie
e fez do Zé
Mulher!
A sêca chegou
e a flôr Zé muchou.
Desertificação da alma-terra,
Searas do Ceará,
Zé já não sabia se era homem ou mulher.
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