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Sociedades de parceria

As relações entre patriarcado e as religiões monoteístas,
se tornaram óbvias para muitos filósofos, arqueológos,
historiadores e outros estudiosos do assunto.
Spinoza no sec. XVI, já analizou com agudeza a lucidez
as relações entre política e teologia, o uso de supertições,
ameaças e atos justificados na teologia para oprimir os
seres humanos. Escreveu:"Tratado político-teológico".
Michel Onfray, filósofo francês, escreveu recentemente:
"Tratado de Ateologia", onde disseca os males que as
religiões monoteístas e suas relações com as classes dominantes,
tem trazido para a opressão, supertições, enganos, crueldades,
mentiras, morais, etc, e tem contrubuído para fazer dessa terra
um inferno.
Riane Eisler, feminista e historiadora, com seus livros:
"O cálice e a espada", segundo Ashley Montagu, o livro
mais importante escrito desde a "Origem das espécies"
de Darwin. Esse livro em espanhol, tem prefácio de H. Maturana,
postula a existência do patriarcado, 4.000 a. C, onde aparecem
determinados traços culturais que caracterizam nossa cultura até
os dias atuais: Guerras constantes, relações de dominação-submissão, predomínio
de uma pequena porcentagem de classe dominante política e sacerdotal
por uma massa da população que vivem em condições mínimas de sobrevivência,
crueldades e torturas terríveis, a mulher sem direitos humanos e dominadas em
todas as civilizações, enfâse na reprodução, destruição ecológica, etc.
Riane Eisler contrapõe as sociedades patriarcais, estuda suas origens e seus traços
culturais, com a sociedade de parceria, de colaboração, cooperação entre os sexos,
que teria existido há 6.000 anos antes, segundo achados da arqueológa Marija Giambutas,
e que atualmente essa parceria entre homens e mulheres nos traz novas esperanças.
Riane Eisler, escreveu outro livro: "O prazer sagrado", ed. Rocco, onde ela afirma
que o Êxtase sexual entre macho e fêmea, é a mesma experiência espiritual visada
pelas tradições místicas; essa separação entre corpo, natureza e espírito é fruto do
patriarcado, também a degradação das relações sexuais entre os sexos.
Esse último livro, em espanhol, também tem longo prefácio de Maturana, essa relação
de parceria, anterior ao patriarcado, e tomando formas nos dias atuais, de modo incipiente,
é o que Maturana vai chamar de MATRIZTICO.
W. Reich, Claudio Naranjo, Steve Taylor, para citar alguns autores, também vão tomar o
patriarcado como estando nas origens do mal-estar em nossa cultura, como fundamento
dessa "doença chamada homem".
Steve Taylor no livro "la caida", diz que o patriarcado tem 3 características fundamentais:
-As guerras...
-a dominação masculina...
-a desigualdade social...
Situa o aparecimento dessas características há 6.000 anos...
Diz ele:"Durante os 6.000anos, os seres humanos temos sofrido uma espécie de psicose
coletiva e, nesse sentido, cabe afirmar que a história narrada da humanidade é, até certo ponto,
uma loucura.
Porém o mais incrível de tudo é que temos chegado a considerar essa loucura como algo normal.
E que, uma vez que a loucura esta por todos os lados e afeta a todos igualmente, ninguém tem
consciência do que é uma conduta saudável, racional, lúcida, e as práticas mais horríveis e abomináveis terminam convertendo-se em naturais. Por exemplo, parece "natural" que os
seres humanos nos matemos uns aos outros, que os homens oprimam as mulheres, que os pais
oprimam a seus filhos e que pequenos grupos ocupem quase todo poder e dominem grandes grupos. O abuso da natureza se converteu em algo tão normal que nos tem levado a um desastre ecológico, e nos leva a desprezar nosso própio corpo e culpar-nos por experimentar desejos que são completamente legítimos. Também parece "natural" que os seres humanos acumulemos grandes quantidades de riquezas que nunca podemos utilizar ou que persigamos de modo
infatigável o êxito, o poder e a fama. E assim mesmo, é "natural" que, apesar de que consigamos
incrementar nossa riqueza e nosso status social, nunca possamos sentir-nos felizes de
nenhuma maneira, estamos sempre insatisfeitos...
Durante os últimos séculos-em especial o sec. XVIII- tem ocorrido sintomas de reativação
de qualidades que existiram nas sociedades pré-patriarcais e que estão presentes em alguns
povos "primitivos" ainda hoje, como a re-emergência da democracia e a igualdade social,
o respeito com a natureza e o corpo e a consciência da realidade espiritual do Kosmos, etc;
essas características estão tomando forças pouco a pouco..."
Então, Zé Renato Cella, "não estamos fodidos", temos esperanças...
Desejamos estas possibilidades? ou chegamos ao últimos dos homens, o niilista...?






Comentários

Cintia Alves disse…
Adorei esse seu blog!
Serei uma leitora assídua.
Estou escrevendo um TCC sobre cooperação e Riane Eisler é uma das autoras que utilizo.
Além do que disse, o patriarcado também é responsável pelo sentimento de incompletudo do homem moderno. Esta sensação perene de que temos que atingir algo, um ideal de perfeição, para nos assemelharmos ao ideal da criação divina.

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