James DeMeo, é um pesquisador, engenheiro e antropólogo
que vem seguindo caminhos abertos por Wilhelm Reich.
Temos um livro dele sôbre os acumuladores de orgone(energia),
fabricados por Reich. Recentemente Satbodhi, mandou um video
do youtube que DeMeo fez sôbre Reich, nem sei se esta em nosso blog.
Mas o que me chamou a atenção é que James DeMeo, escreveu um livro
bem pesquisado, chamado "Saharasia", onde ele tenta entender o que
aconteceu na pré-história, e a passagem ao patriarcado.
DeMeo utiliza o término "matrismo" para referir-se ás culturas:
"democráticas e igualitárias que mostram uma atitude aberta para
o sexo e que possuem taxas muito baixas de violência entre os adultos".
DeMeo compara ditas culturas com as culturas "patristas", que tendem
a infligir traumas nas crianças e jovens, subordinam as mulheres, possuem
um alto índice de violência entre adultos e diferentes instituições sociais
concebidas para a expressão sádica reprimida".
Entretanto até, até 4000 a. C todas as sociedades humanas foram "matristas".
Como conclui De Meo"não existe nenhuma prova clara, evidente ou convincente
que demonstre de maneira significativa a existência do patriarcado, em qualquer
lugar do mundo, com anterioridade ao ano 4000 a.C".
Reich era incorrígivel na sua convicção da bondade fundamental dos seres humanos,
de que não havia incompatibilidade entre impulsos inatos e sociedade, então tentou,
de diversas maneiras, em suas pesquisas, compreender as raízes da "neurose humana",
fez incursões na biologia, na medicina, na psicanálise, na somática, na antropologia, na
sociologia marxista, no materialismo histórico, na democracia do trabalho, como chamava
sua posição política depois de desilusões com o comunismo, foi parar no patriarcado.
Freud achava que natureza e cultura eram inconciliáveis, e a psicanalise pretendia:
"transformar o sofrimento neurótico em sofrimento comum". Como se o bem-estar
não fosse "natural" nesse bicho estranho chamado homem.
O que me chamou a atenção em DeMeo foi o termo "matrismo", similar a "matriztico"
em Maturana.
Acho que esse blog, é uma tentativa pessoal de recuperar a confiança básica na
humanidade, sei que há uma bondade inata nos seres humanos, faz um tempo
que passo a desconfiar desse meu otimismo, o que acontece que nos comportamos
como seres bestiais, e uma compreensão individual e familiar das "neuroses", hoje,
"trastornos", já não me serve como guia. Já não tenho o desejo de me comportar
como cínico e levar uma vida como se não tivesse nenhuma responsabilidade pelo
que acontece no mundo. Achando que os seres humanos são 'sacanas' por natureza.
Não se trata de pretensão.
Duas vezes, nessa vida, fiz os votos de bodhissatva, Com Osho e um mestre tibetano,
Chagduk Tulku Rinpoche, nesse dia, ele ele refez seus votos de bodhissatva, eu tremia e gaguejava como uma criança, minha tendência é não levar a sério essas 'coisas' sagradas.
Bodhissatva é uma das histórias míticas sôbre o Buda, que sempre me impresionou:
Se diz que o Buda chegou ás portas do Nirvana(liberação), daí olhou para traz e viu
incontáveis seres que sofriam, então tomou a decisão de retornar uma e outra vez,
e ser o último a passar pela porta que leva á liberação definitiva, se tornou um bodhissatva.
Jesus:"os últimos serão os primeiros", e os "primeiros últimos".
O tema é que não sei rezar, e a meditação é o modo de dar um descanso na "mente",
um retorno á fonte original.
Bodhissatva para mim, hoje, é um modo de tatear uma nova práxis social.
Por isso, gosto tanto do SUS, uma tentativa de retomar á colaboração, cooperação,
inclusão social, cidadania, refazer os vínculos de solidariedade comunitária, uma
medicina que não se rege pelos valores do mercado, que fez da saúde, bem fundamental
dos seres humanos, uma mercadoria. Como escreve Ivan Ilich no seu livro: "Nemêsis
da Medicina-A expropiação da saúde". Apostar que o Estado, possa recuperar autonomia
diante das corporações trasnacionais, e dar entrada da ética na coletividade humana.
Amém!
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