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A idade de ouro da humanidade

Sempre achei um tanto curioso, lendo o "Tao Te King" de Lao Tsé(sec. VI a.C.),
ou Chuang Tzu(sec. IIIa.C.), como eles se referiam aos "homens antigos", sempre
possuiam a virtude naturalmente, não tinham as articialidades convencionais desses
tempos. Mito, apenas? Ou eles tinham consciência de uma época dourada da humanidade.
Segundo uma quantidade grande de antropológos e arqueológos, durante centenas de
milhares de anos, até 8.000 anos a. C. , os seres humanos viviam como caçadores-recoletores.
As comunidades de de caçadores-recoletores eram reduzidas, estavam formadas por umas
dezenas de individuos, nossas familias ancestrais, mudavam de lugar a lugar, em semanas ou
mêses.
É o que acontece até os dias de hoje nos grupos de caçadores-recoletores, os aborígenes australianos, que vivem de caça e recoleção de frutos, vegetais, raízes, só investem 4 horas
diárias do seu tempo, nessa atividade e dedicam o resto do tempo a atividades como a música,
contar histórias, artesanato ou estar com a familia ou amigos. Essa dieta, que contava com mais ou menos 20% de carne, foi o comum da humanidade milhares de anos, segundo estudiosos.
O arqueológo W. J. Perry afirma:"é um erro tão profundo como universal acreditar que os homens do estádio recoletor sentiam predileção pela guerra...pelo contrário, todos os dados disponíveis sugerem que, durante esse período de nossa história, reinava uma paz perfeita".
O antropológo, Richard Gabriel diz:
"Durante os os primeiros 95 mil anos compreendidos entre a aparição do homo sapiens e o
ínicio da idade da pedra(até 4.000 anos antes de a.C.), não existem provas que os homens
tenham guerreado entre si de modo algum e, muito menos, no grau que requer a violência grupal organizada. De fato, existem inclusive poucas evidências de homicídios".
Karl Marx, não lhe passou despercebido o que chamou de"comunismo primitivo", período sem divisão de classes. F. Engels no livro: "A origem da familia, da propiedade privada e do estado",
ele toma de Bachoffen(sec. XVIII ou IX) a idéia do "matriarcado".
Também estavam ausentes a desigualdade social e a dominação feminina.
A antropológa M. A. Jaimes Guerrero diz:
"minhas primeiras investigações indicam que, antes da conquista e da colonização europeia, quase todos povos indigenas, senão todos, eram matrilineais". Isso significa que a prática da totalidade dos povos índigenas traçava sua ascendência e transmitia a herança da propiedade através do ramo materno da familia e não da paterna, o que é um sinal evidente da posição elevada que disfrutava as mulheres.
Antropológos e arqueológos não tem encontrado evidências de desigualdade social, acúmulo
de posses, castas ou classes privilegiadas.
Em outras palavras, os primeiros seres humanos parecem haver estado livres do sofrimento
social que, em épocas posteriores, tem arruinado a vida de milhões de pessoas.
Talvez possamos afirmar que a obsessão de acumular posses materiais e alcançar êxito
e uma melhor posição social, tem sua raiz, em boa medida, em nossa falta de satisfação pessoal.
Riane Eisler:
"A opinião predominante segue sendo que a dominação masculina, a propiedade privada e escravidão, fueram subproduto da revolução agrícola(8.000 a.C.)...e isso apesar das evidências
que indicam que, muito ao contrário, a igualdade entre os sexos-e entre os individuos-era a norma geral durante o neolítico".
A antiga Creta, foi o fundamento da civilização européia que sobreviveu mais tempo, até 1500a.C. aproximadamente. Nas palavras de Nicolas Platão, que escavou a ilha há uns 50 anos,
os cretenses eram"um povo excepcionalmente amante da paz", que de algum modo soube preservar por mais de 1500 anos, enquanto o mundo que lhe rodeava se via arrasado pela guerra.
Em Creta, escreve Riane Eisler" havia uma reppartição de riquezas mais equitativa", cujo resultado era uma ausência de pobreza e um elevado nível de pobreza, inclusive para os campesinos.
James DeMeo; "A arqueologia põe de manifesto que, na antiga china, não havia praticamente militarismo nem estratificação social. A ausência significativa de castas e as lendas relativas a elevada posição das mulheres, somadas as prescrições sociais para abortar, também nos indicam que, durante o neolítico, as mulheres gozaram na China de um status bastante alto".
Nicolas Platão:
"Os trabalhos artísticos dos antigos cretenses colocam em evidência um deleite pela beleza, a graça e o movimento e também o desfrute da vida e a proximidade da natureza", e se culturas
posteriores estiveram obssesionadas pelo ALÉM, eles"SUBISTITUIRAM O MÊDO DA MORTE
POR UMA ALEGRIA DE VIVER!".
Sôbre a arte minóica, Leonard Wooley: se evidencia a "ACEITAÇÃO MAIS PLENA DA VIDA QUE O MUNDO CONHECEU".
Humberto Maturana compartilha dessa idade de ouro vivida pela humanidade e tira da colaboração, o compartilhar, a cooperação, o viver comunitário o fundamental para compreender as origens da espécie humana.

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