Pular para o conteúdo principal

Adeus ás essências

Tava conversando com um amigo ontem, ele dizia:
"Como nós pensamos em termos essencialistas!"
-Sim, estamos metidos nessa até o pescoço, em nossa tradição ocidental.
Por isso, gostaria de esboçar um pouco mais, alguns traços do pensar Deleuzeano, que tenta fazer
com que esse modo de pensar , perceber, atuar, lamba o chão onde pisa.

O conceito de "acontecimento" compõe, junto com o de "diferenças", uma das mais significativas
invenções de Deleuze.
Os 'acontecimentos' são verbos no infinitivo:'brincar', 'bimbar', 'fugir', 'adoecer','correr', etc.
O sentido-acontecimento tem dois modos de existência. Um é virtual, impessoal e eterno, neutro como uma casa vazia ou o verbo infinitivo, ainda não conjugado a uma pessoa ou tempo.
O outro é atual e remete ao momento presente em que esse virtual se atualiza, quer dizer, se efetua em circunstâncias concretas e sob um ponto de vista.
Deleuzze;
"O sentido em si mesmo é neutro. Por isso uma pessoa pode dar um sentido diferente".
Que o sentido seja neutro, garante a pluralidade de pespectivas. Deixa o jôgo aberto para que uma mesma proposição adimita uma mutiplicidade de sentidos singulares.
Do mesmo modo que o acontecimento seja neutro garante que existe difereentes modos de encarna-lo....
COM SEU CONCEITO DE "ACONTECIMENTOS"(,verbos, coisas que ocorrem), Deleuze derruba o conceito plátonico de "essência"(substantivos, adjetivos, coisas que são).
Deleuze propõe a Platão, e a todos nós, deixar de lado o problema da verdade do que são as coisas , e enfrentar o problema do sentido que damos ás coisas que acontecem e nos acontece.

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Swami Deva Prashanto

Prashantinho, Prata da casa de Osho, hoje perto dos 80 anos, Costumava dizer que tinha mesma idade do seu Mestre! Nunca lhe vi vacilar como díscipulo Desde que Rajneesh no final dos anos 70 botou seu dedo na sua testa Levanta o dedo E conta: "Porra, a mente Parou!" Aron Abend, Judeu carioca, tornou-se Sw.Deva Prashanto, até os dias de hoje. É um dos mais fiéis díscipulos de Osho que já vi! Em 81, fiz meu primeiro Workshop, com a turma do Rajneesh, "Retornando á Fonte"! Diz ele que pirei no grupo: Aqueles abraços, olho no olho, medições dinâmica, Kundalini, Giberish, bioenergética, Rebirth, as mulheres me tocando em todo corpo, gritava, pulava, chorava de Alegria e ele não sabia que fazer com esse novo maluco-beleza, me botou, no meio do grupo diante de uma foto de Rajneesh! Retornei á Fonte! Lágrimas nos olhos, agora, que estou lembrando disso... Profunda Gratidão, Prashantinho, você foi a porta do Mestre!

O mito do cuidado (Fábula de Higino)

"Certo dia, ao atravessar um rio, Cuidado viu um pedaço de barro. Logo teve uma idéia inspirada. Tomou um pouco de barro e começou a dar-lhe forma. Enquanto contemplava o que havia feito, apareceu Júpiter. Cuidado pediu-lhe que soprasse espírito nele. O que Júpiter fez de bom grado. Quando, porém Cuidado quis dar um nome à criatura que havia moldado, Júpiter o proibiu. Exigiu que fosse imposto o seu nome. Enquanto Júpiter e o Cuidado discutiam, surgiu, de repente, a Terra. Quis também ela conferir o seu nome à criatura, pois fora feita de barro, material do corpo da terra. Originou-se então uma discussão generalizada. De comum acordo pediram a Saturno que funcionasse como árbitro. Este tomou a seguinte decisão que pareceu justa: "Você, Júpiter, deu-lhe o espírito; receberá, pois, de volta este espírito por ocasião da morte dessa criatura. Você, Terra, deu-lhe o corpo; receberá, portanto, também de volta o seu corpo quando essa criatura morrer. Mas como você, Cuidado, foi quem

Erotismo feminino em Anais Nin

Num texto de 1974,intulalado "O erotismo feeminino", Anais Nin fala da diferença psico-sexual entre homens e mulheres, aí vai fragmentos ddestee texto: "Segundo minha observação, acho que a mulher não separou, como o homem, amor e sensualidade. Amor e sensualidade estão geralmente interligados na mulher; ela precisa amar o homem ao qual se entrega e ser amada por ele. Na relação amorosa ela precisa estar segura de que se trata de amor e de que o ato sexual representa apenas uma parte da troca ditada pelo amor. Os japoneses reconheceram essa necessidade e antigamente era regra que o homem escrevesse, ápos uma noite de amor, um poema que deveria chegar á amada antes do seu despertar. Não seria uma maneira de vincular o ato sexual ao amor? Acho que as mulheres reparam até hoje(1974)numa partida precipitada ou na falta de respeito ao ritual que foi cumprido; elas precisam das juras, do telefonema, da carta, gestos que fazem do ato sexual um ato único, e não anôn