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O OBSERVADOR E O OBSERVADO!

A tradição filosófica ocidental, costuma falar de sujeito e objeto,
de Descartes a Lacan, embora 'sujeito' faz remeter a uma certa permanência
e substancialidade, caso Lacan é singular, desde que esse pendura o sujeito no significante,
sujeito é um sempre um significante para outro significante, o que não nos livra desse significante
despótico que se institue como identificação com o nome do pai, em nossa sociedade pós-moderna
ou como se queira denominar, esse significante despótico se pluraliiza em "nomes-do-pai". Agonia
do patriarcado-matriarcal, ainda "necessitamos" segurar num pau de pai, pelo menos um, para não
desabar!
Descartes é conhecida a saída inagural da subjetividade moderna "penso, logo existo!", assim emerge
o "cogito"(sujeito do conhecimento) e a "res-extensa"(coisa extensa), objetos do mundo.
Fenomenologia existencial, a consciência é sempre intencional, visa um objeto, consciência de "algo", E. Husserl, filósofo alemão e matemático idealista, que constituiu a fenomenologia, cujo
nomeação se refere ao "logos' da aparência ou fenômeno, o que esta-aí visado pela consciência,
enfim o visado pelo "olhar" é essência do fenômeno...nova armadilha idealista? Essa dicotomia
essência/aperência, em que os sentidos são "utilizados" como via para as essências? Husserl termina
apelando para um "Eu" transcendental.
Sartre escreveu seu pequeno livro de 1937, ainda jovem (com idéias frescas), "A transcendência do
ego", fico no nome sugestivo. Vejam descrição de Antoine de Roquentin do livro "A naúsea", nesse
blog, a prioridade da existência sôbre a essência e sôbre o eu, pode ser tomada como o relato de uma
experiência mística, Roquentin tinha como projeto existencial ser bibliotecário, ler livros numa biblioteca em ordem alfabética, essa experiência nauseabunda, onde a existência lhe invade os poros,
abala o projeto Roquentin. Sartre escreveu sua autobiografia com o nome sugestivo "As palavras".
Tenho que visitar Sartre da minha juventude, filósofo do cotidiano, aquele que fazia do banal 'um inusitado". O cara teve na Bahia com Simone Beuvoir, comeu acarajé, vatapá, moquecas e papeou
com Amado, o Jorge das mulheres, milongas, milagres e malandragens. Dizem que adorou a cachaça,
o cara funcionava bem com alcóol, tomava todas.
Tou destilando minha leituras filósoficas de meia-tigela!
Quando falei para amigo meu do projeto de Roquentin, ele me disse que besteira"o meu seria transar
com mulheres de todas nacionalidades". Haja pinto e coração(será se precisa?).
Disse, me lembro, ele era estudante de Filosofia"Tu vai terminar no NADA..."
Rajneesh, que se formou e lecionou filosofia na India, antes de tornar Guru(especialidade indiana),
dizia que a consciência sem conteúdos é a experiência definitiva...sem "Eu" cujo equivalente hindu
é o Atman. Em miúdos, no meu entendimento, o NADA É O SER...sem a dialética sartriana, posterior, "O SER E O NADA", livro de umas 1000 páginas, que nunca li...
Oriente filósofico, tem outra compreensão do Vazio, de Lao tsé a Buda e Nagarjuna.
O budismo, é única pespectiva, onde tanto o "objeto" quanto o Atman", são esvaziados de substancialidade, permanência e auto-sustentação...nesse sentido, o budismo é uma revolução
que faz um contrajogo com a instituição indiana do "Atman"(alma).
Buda anunciou a morte da alma...fico com vontade de chorar...Nietzsche anunciou a morte
de deus...despencamos no vazio...huummmm...nem masterialista dá para Ser, já que a matéria
(objeto)despenca com Alma(Sujeito).
Anatman(não-alma)no budismo...só que essa "suprema compreensão", Mahamudra(grande gesto)
ocorre num percurso investigativo, auto-analítico, experiencial, facilitado por determinados métodos,
ou meios habilidosos(upaya), a meditação(Ch'an=Zen) é o mais reconhecido...
OBSERVADOR  E O OBSERVADO...
Humberto Maturana, numa posição de cientista epistemólogo(como quer ser reconhecido), tenta demonstrar com argumentos "cientificos"(não filósoficos, sera possível? para mim, tanto faz) que
o OBSERVADOR surge no ATO DE DISTINÇÃO, onde um objeto é constituído, essa distinção
é feita na linguagem, então, o OBSERVADOR(deixou a concepção de sujeito e conectou subjetividade-objetividade) EMERGE(se constitui) junto com o OBSERVADO!!!!!!
Resumo o que para mim, foi o Satori, esclarecimento, com o professor Maturana.
Em espanhol, assim me parece, MATURAR É AMADURECER!
Vida longa ao professor Maturana.
Minha gratidão!

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