Num texto de 1974,intulalado "O erotismo feeminino", Anais Nin fala da diferença psico-sexual entre homens e mulheres, aí vai fragmentos ddestee texto:
"Segundo minha observação, acho que a mulher não separou, como o homem, amor e sensualidade.
Amor e sensualidade estão geralmente interligados na mulher; ela precisa amar o homem ao qual se entrega e ser amada por ele. Na relação amorosa ela precisa
estar segura de que se trata de amor e de que o ato sexual representa apenas
uma parte da troca ditada pelo amor. Os japoneses reconheceram essa necessidade
e antigamente era regra que o homem escrevesse, ápos uma noite de amor, um poema que deveria chegar á amada antes do seu despertar. Não seria uma maneira de vincular o
ato sexual ao amor?
Acho que as mulheres reparam até hoje(1974)numa partida precipitada ou na falta
de respeito ao ritual que foi cumprido; elas precisam das juras, do telefonema,
da carta, gestos que fazem do ato sexual um ato único, e não anônimo e puramente sexual.
Pode ser que esse aspecto desapareça- ou não- na mulher moderna(ou pós-moderna), decidida a renegar todos os componentes da sua personalidade, e que ela chegue a
separar sexo do amor, o que na minhha opinião, diminuirá o prazer e prejudicará a
qualidade do ato amoroso. É conteúdo do ato amoroso que o realça, o eleva e o intensifica.Como a diferença de um solista e as ricas variações de uma orquestra.
Todas nós estamos engajadas nesta tarefa de liberação dos "falsos eus", os "eus
programados" ou "eus" criados por nossas familias, nossa cultura, nossas religiões.
Tarefa díficil, pois a história das mulheres foi tão mal contada quanto a dos negros.
Muita coisa foi dissimulada. Certas culturas como as da India, do Camboja, da China ou do Japão tornaram sua vida sexual acessível e familiar átravves dos seus artistas
masculinos. Mas em geral, quando ás mulheres desejaram revelar certos aspectos da sua
sensualiidade suas vozes foram abafadas. Menos abertamente do que a queima dos livros de D.H.Lawrence ou o banimento das obras de Henry Miller ou James Joyce, mas átraves de um longo e contínuo denigrimento por parte da crítica...
As mulheres sempre foram desencorajadas quando quiseram revelar a natureza da sua sensualidade. Quando escrevi "Spy in the House love", em 1954, alguns críticos sérios consideraram Sabina uma ninfomaníaca. Em dez anos de casada ela teve dois amantes e uma amizade platônica com um homossexual. Esse era o primeiro estudo
sobre uma mulher em busca da liberdade sexual que tenta, como os homens separar amor e sexualidade. O livro foi considerado pornográfico na época. Eis um desses trechos "pornográficos":
"Eles fugiram dos olhos do mundo, dos prelúdios proféticos, ásperos, ovarianos, do cantor. Para além das grades enferrujadas das escadas, até os subterrâneos da noite,
propícios ao primeiro homem e á primeira mulher no início do mundo, onde não havia palavras através das quais um possuísse o outro, sem música para serenatas,sem presentes para cortejar, sem subterfúgios para impresssionar e forçar a rendição,
sem acessórios secundários, sem enfeites, colares, coroas a conquistar, mas apenas um ritual, uma empalação orgiástica, orgiástica, orgiástica, orgiástica da mulher no mastros sexual do homem...
"Se nos aprofundarmos no estudo da sensualidade feminina chegaremmoos a mesma conclusão de sempre: não se pode generalizar, há tantos tipos de mulheres quanto
as própias mulheres. E uma coisa é certa: a literatura erótica dos homens não satisfaz ás mulheres...
A maioria das mulheres não se sente excitada por descrições explícitas, por uma
linguagem crua.
D.H. Lawrence é uma exceção-ele sempre se preocupou com a reação da mulher, esse
é meu trecho preferido de "O amante de Lady Chatterley:
"Então, quando ele começou a mexer, no repentino inevitável orgasmo, despertaram nela tremores estranhos, novos, molhando por dentro, como lambidas envolventes de
chamas suaves, suaves como plumas, aguando até pontos fulgurantes, agudissímos, agudissímos e fundindo-se inteirinha fundida por dentro. Era como sinos subindo
mais e mais até o repicar. Ela prostrada, inconsciente dos gemidos selvagens que
escaparam até o fim...e sentiu o broto macio dele aguilhoando dentro dela, e ritmos
estranhos inchando dentro dela num movimento rítmico estranho e crescente, engrossando e engrossando até que prencheu a fenda da sua consciência, e então começou de novo o inefável movimento que nem chegava a ser movimento, mas puros turbilhões de sensações afundando, rodopiando fundo, mais fundo em sua carne e consciência, até que fosse um perfeito circulo concêntrico de sensações, estendida ali, gritando gritos inconscientes inarticuladdos. Voz saindo da noite extrema, da
vida."
É desanimaddor descobrir hoje em dia que as mulheres que se amam não escolhem necessariamente os caminhos mais sutis, mais sensuais do desejo, mas utilizam o mesmo tipo de aproximação agressiva e direta dos homens."
Para Maty
"Segundo minha observação, acho que a mulher não separou, como o homem, amor e sensualidade.
Amor e sensualidade estão geralmente interligados na mulher; ela precisa amar o homem ao qual se entrega e ser amada por ele. Na relação amorosa ela precisa
estar segura de que se trata de amor e de que o ato sexual representa apenas
uma parte da troca ditada pelo amor. Os japoneses reconheceram essa necessidade
e antigamente era regra que o homem escrevesse, ápos uma noite de amor, um poema que deveria chegar á amada antes do seu despertar. Não seria uma maneira de vincular o
ato sexual ao amor?
Acho que as mulheres reparam até hoje(1974)numa partida precipitada ou na falta
de respeito ao ritual que foi cumprido; elas precisam das juras, do telefonema,
da carta, gestos que fazem do ato sexual um ato único, e não anônimo e puramente sexual.
Pode ser que esse aspecto desapareça- ou não- na mulher moderna(ou pós-moderna), decidida a renegar todos os componentes da sua personalidade, e que ela chegue a
separar sexo do amor, o que na minhha opinião, diminuirá o prazer e prejudicará a
qualidade do ato amoroso. É conteúdo do ato amoroso que o realça, o eleva e o intensifica.Como a diferença de um solista e as ricas variações de uma orquestra.
Todas nós estamos engajadas nesta tarefa de liberação dos "falsos eus", os "eus
programados" ou "eus" criados por nossas familias, nossa cultura, nossas religiões.
Tarefa díficil, pois a história das mulheres foi tão mal contada quanto a dos negros.
Muita coisa foi dissimulada. Certas culturas como as da India, do Camboja, da China ou do Japão tornaram sua vida sexual acessível e familiar átravves dos seus artistas
masculinos. Mas em geral, quando ás mulheres desejaram revelar certos aspectos da sua
sensualiidade suas vozes foram abafadas. Menos abertamente do que a queima dos livros de D.H.Lawrence ou o banimento das obras de Henry Miller ou James Joyce, mas átraves de um longo e contínuo denigrimento por parte da crítica...
As mulheres sempre foram desencorajadas quando quiseram revelar a natureza da sua sensualidade. Quando escrevi "Spy in the House love", em 1954, alguns críticos sérios consideraram Sabina uma ninfomaníaca. Em dez anos de casada ela teve dois amantes e uma amizade platônica com um homossexual. Esse era o primeiro estudo
sobre uma mulher em busca da liberdade sexual que tenta, como os homens separar amor e sexualidade. O livro foi considerado pornográfico na época. Eis um desses trechos "pornográficos":
"Eles fugiram dos olhos do mundo, dos prelúdios proféticos, ásperos, ovarianos, do cantor. Para além das grades enferrujadas das escadas, até os subterrâneos da noite,
propícios ao primeiro homem e á primeira mulher no início do mundo, onde não havia palavras através das quais um possuísse o outro, sem música para serenatas,sem presentes para cortejar, sem subterfúgios para impresssionar e forçar a rendição,
sem acessórios secundários, sem enfeites, colares, coroas a conquistar, mas apenas um ritual, uma empalação orgiástica, orgiástica, orgiástica, orgiástica da mulher no mastros sexual do homem...
"Se nos aprofundarmos no estudo da sensualidade feminina chegaremmoos a mesma conclusão de sempre: não se pode generalizar, há tantos tipos de mulheres quanto
as própias mulheres. E uma coisa é certa: a literatura erótica dos homens não satisfaz ás mulheres...
A maioria das mulheres não se sente excitada por descrições explícitas, por uma
linguagem crua.
D.H. Lawrence é uma exceção-ele sempre se preocupou com a reação da mulher, esse
é meu trecho preferido de "O amante de Lady Chatterley:
"Então, quando ele começou a mexer, no repentino inevitável orgasmo, despertaram nela tremores estranhos, novos, molhando por dentro, como lambidas envolventes de
chamas suaves, suaves como plumas, aguando até pontos fulgurantes, agudissímos, agudissímos e fundindo-se inteirinha fundida por dentro. Era como sinos subindo
mais e mais até o repicar. Ela prostrada, inconsciente dos gemidos selvagens que
escaparam até o fim...e sentiu o broto macio dele aguilhoando dentro dela, e ritmos
estranhos inchando dentro dela num movimento rítmico estranho e crescente, engrossando e engrossando até que prencheu a fenda da sua consciência, e então começou de novo o inefável movimento que nem chegava a ser movimento, mas puros turbilhões de sensações afundando, rodopiando fundo, mais fundo em sua carne e consciência, até que fosse um perfeito circulo concêntrico de sensações, estendida ali, gritando gritos inconscientes inarticuladdos. Voz saindo da noite extrema, da
vida."
É desanimaddor descobrir hoje em dia que as mulheres que se amam não escolhem necessariamente os caminhos mais sutis, mais sensuais do desejo, mas utilizam o mesmo tipo de aproximação agressiva e direta dos homens."
Para Maty
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