Pular para o conteúdo principal

O Zen nas origens

Bhagwan Shree Rajneeesh,
relata sôbre as origens do Zen,
ele era indiano conhecia bem as escrituras e as entrelinhas dos escritos:

"Certa vez, Buda ia fazer um discurso especial,
e milhares de seguidores
chegavam de lugares distantes.

Quando Buda apareceu, estava segurando uma flôr,
Passou-se um tempo, mas Buda não disse nada.
Ficou apenas olhando para a flôr.
multidão começou a ficar impaciente,
mas Maha-Kashyap,
não podendo mais se conter,
começou a rir.

Buda chamou-o,
entregou-lhe a flôr,
e disse a multidão:
Tenho a chave do verdadeiro ensinamento.
Tudo que poderia ser dado através das palavras
dei a vocês;
mas, com essa flôr, dou a Maha-Kashyap
a chave desse ensinamento".

Comenta Bhagwan:
"Buda falava.
É díficil encontrar alguém
que tenha falado tanto.
Estudiosos tem pesquisado
todas as escrituras existentes
que tem sido atribuídas ao Buda,
e a quantidade é tal, que não parece possível,
pois após sua iluminação,
ele viveu apenas quarenta anos
viajando de uma cidade a outra.
Essa história é uma das mais significativas,
pois daí foi passada a tradição do Zen.
Buda foi a fonte,
e Maha-Kashyap foi o primeiro,
o mestre original do Zen.
Buda foi a fonte,
Maha-Kashyap foi o primeiro mestre,
e essa história é a origem
de onde toda a tradição-
uma das mais belas e vivas
que existem na terra,
a tradição do Zen-
começou.

Desde então, na China, no Tibet, na Tailândia,
na Birmânia, no Japão, no Ceilão-
por toda a parte, os budistas têm
perguntado
durante esses vinte e cinco séculos:
O que foi dado a Maha-Kashyap?
Qual era a chave?

Mas, para o Zen, essa é a origem.
Maha-Kashyap tornou-se o primeiro portador da chave.
Então, seis sucessores existiram na India,
até Bodhidharma.
Ele foi o sexto portador da chave
e, então, ele procurou por toda a India,
mas não pode encontrar um home
da capacidade de Maha-Kashyap-
um homem que pudesse entender o silêncio.
Ele teve de deixar a India
em busca de um homem a quem a
chave pudesse ser dada;
do contrário estaria perdida.

O budismo entrou na China com
Bodhidharma,
em busca de um homem a quem a
chave pudesse ser dada,
um homem que pudesse entender o
silêncio,
que pudesse falar de coração para coração,
que não fosse obcecado pela mente
que não tivesse cabeça.
Por nove anos ele permaneceu
sentado,
sem olhar para as pessoas,
virado para uma parede.
As pessoas costumavam a perguntar-lhe:
nós viemos para ouvi-lo
porque você fica sentado dessa
maneira estranha?

E Bodhidharma respondia:
estou esperando pelo homem
que pode me ouvir.
Não vou olhar para você;
não vou perder meu tempo.
Só olharei para a pessoa que pode me
ouvir.

Então veio um homem.
Ficou atrás de Bodhidharma, cortou
sua mão direita.
Atirou-a para Bodhidharma e disse:
vire-se para cá,
do contrário vou cortar minha cabeça.
Bodhidharma virou-se
imediatamente disse:
Certo-então você veio.
Tome essa chave e livre-me do trabalho.

Achave que foi passada de Buda para
Maha-Kashyap
Bodhidharma entregou a esse homemm,
e um chinês tornou-se o sétimo mestre.
E, desde então, ela tem viajado.
A chave ainda existe;
alguém ainda a tem.
O rio ainda não secou.

No oriente, sempre se soube
que uma flôr é a coisa mais receptiva.
Quando Buda ficou olhando para a flôr,
algo dele foi transferido para essa flor.
Buda entrou na flôr.
A qualidade de seu ser,
a atenção, a consciência, a paz, o êxtase,
a dança interior entrou na flôr.

Então a flôr foi dada a
Maha-Kashyap.
Não era mais apenas uma flôr.
Ela carregava o ser do Buda;
carregava a qualidade interior do ser
de Buda.

E pporque Maha-Kashyap?
Havia outros eruditos, dez
grandes díscipulos;
Maha-Kshyap era apenas um deles.
E ele foi incluído entre os dez apenas
por causa dessa história, do contrário ele nunca
teria sido incluído,
pois nada se sabe sobre Maha-Kashyap.
Havia grandes eruditos ali, como
Sariputra-
não se podia encontrar um intelecto
mais aguçado-
e Modgalayan, outro grande erudito,
também estava ali.
Ele sabia todos os Vedas,
e nada que tivesse sido escrito
era desconhecido para ele.
Era muito versado em lógica,
e tinha milhares de díscipulos.
Ananda estava lá, o primo irmão de Buda,
que por quarenta anos o seguira
continuamente.

Milhares de pessoas estavam lá, e
todas inquietas.
As pessoas se sentiam bem quando Buda falava;
agora que ele estava calado, elas
estavam agitadas.
Quando algo podia ser transmitido,
elas estavam abertas.
Quando nada podia ser transmitido,
elas estavam esperando.
Agora através do silêncio,
Buda podia comunicar algo imortal,
mas as pessoas não puderam entender.
Por isso Maha-Kashyap não pode mais conter-se e riu.
Riu de toda a situação,
de todo o absurdo.

O riso começou com Maha-Kashyap
e tem perpetuado na tradição Zen.
Em nenhuma outra tradição existe
o riso."


Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Swami Deva Prashanto

Prashantinho, Prata da casa de Osho, hoje perto dos 80 anos, Costumava dizer que tinha mesma idade do seu Mestre! Nunca lhe vi vacilar como díscipulo Desde que Rajneesh no final dos anos 70 botou seu dedo na sua testa Levanta o dedo E conta: "Porra, a mente Parou!" Aron Abend, Judeu carioca, tornou-se Sw.Deva Prashanto, até os dias de hoje. É um dos mais fiéis díscipulos de Osho que já vi! Em 81, fiz meu primeiro Workshop, com a turma do Rajneesh, "Retornando á Fonte"! Diz ele que pirei no grupo: Aqueles abraços, olho no olho, medições dinâmica, Kundalini, Giberish, bioenergética, Rebirth, as mulheres me tocando em todo corpo, gritava, pulava, chorava de Alegria e ele não sabia que fazer com esse novo maluco-beleza, me botou, no meio do grupo diante de uma foto de Rajneesh! Retornei á Fonte! Lágrimas nos olhos, agora, que estou lembrando disso... Profunda Gratidão, Prashantinho, você foi a porta do Mestre!

Livro - Naranjo: "27 personajes en busca del ser"

O mito do cuidado (Fábula de Higino)

"Certo dia, ao atravessar um rio, Cuidado viu um pedaço de barro. Logo teve uma idéia inspirada. Tomou um pouco de barro e começou a dar-lhe forma. Enquanto contemplava o que havia feito, apareceu Júpiter. Cuidado pediu-lhe que soprasse espírito nele. O que Júpiter fez de bom grado. Quando, porém Cuidado quis dar um nome à criatura que havia moldado, Júpiter o proibiu. Exigiu que fosse imposto o seu nome. Enquanto Júpiter e o Cuidado discutiam, surgiu, de repente, a Terra. Quis também ela conferir o seu nome à criatura, pois fora feita de barro, material do corpo da terra. Originou-se então uma discussão generalizada. De comum acordo pediram a Saturno que funcionasse como árbitro. Este tomou a seguinte decisão que pareceu justa: "Você, Júpiter, deu-lhe o espírito; receberá, pois, de volta este espírito por ocasião da morte dessa criatura. Você, Terra, deu-lhe o corpo; receberá, portanto, também de volta o seu corpo quando essa criatura morrer. Mas como você, Cuidado, foi quem