Existem 2 modos fundamentais de compreender a evolução possível do ser humano no universo:
1-Se compreendemos de que houve um 'trauma', um evento ou uma trama de eventos no passado,
na história da humanidade ou no desenvolvimento do individuo, onde algo se perdeu, uma falha básica,
onde "algo" tem que ser recuperado, resgatado, trabalhado, uma gestalt a ser completada, para que o ser humano, a sociedade se realize, uma dimensão fraterna, igualitária e de liberdade
se instaure. Essa pespectiva pode ser encontrada na filosofia, que poderíamos chamar de romântica, um retorno á natureza, como em Sheling, Russeau, Goethe, etc. Pode ser encontrada na psicologia e sociologia, Wilhelm Reich é um bom exemplo dessa pespectiva, onde há um otimismo em relação á natureza, que é fundamentalmente boa, positiva e a cultura repressiva, familiar e social vem inibir a expressão dessa natureza; também a hipótese histórica do patriarcado e o aparecimento de determinada mentalidade egóica, competitiva, exploradora, dominadora, baseada em relações de dominação e opressão. Essa pespectiva de um "trauma" nas origens da nossa cultura e civilização, foi explorada por James DeMeo, aluno de Reich, no livro Saharásia. Fiz uma resenha desse livro, nesse blog, também "A queda" de Steve Taylor, "O cálice e a espada" de Riane Eisler, baseados em descobrimentos arqueológicos, geológicos, antropológicos e psicológicos. Essa pespectiva, com algumas variações, aparece nos psiquiatras e psicoterapeutas Stanislav Grof e Claudio Naranjo, também no biológo Humberto Maturana que prefácia o livro de Riane Eisler em espanhol e na sua pespectiva de que o sofrimento humano é decorrente de uma cultura patriarcal-matriarcal, marcada por determinados modos de viver e conviver, rêdes de conversações(entrelaçamentos de linguajear e emocionar) que negam a matriz biológica da existência humana fundamentada em relações amorosas. Essa pespectiva
também aparece na espiritualidade, onde a consciência "adormece" por um pecado fundamental,
a perda do paraíso, daí o surgimento de ilusões cognitivas que estão na base de sustentação do "ego". Ken Wilber chama a essa pespectiva de "CAMINHO DESCENDENTE".
2-A pespectiva evolutiva, também presentes na filosofia, na filosofia da história como em W. Hegel, mesmo em K. Marx, na psicologia genética de Piaget e os estágios de estruturação da inteligência, na Psicanálise em que o édipo, é um acontecimento necessário na estruturação do ego, as fases do desenvolvimento da libido, mesmo em Jung e o desenvolvimento maturacional
da individuação, como um trabalho, uma viagem do herói á dimensões expandidas do Ser ou da consciência. E. Neumann, filosofo e psicólogo Junguiano, no livro "Origens da Consciência", relata o drama e os traumas necessários ao desenvolvimento da consciência. E. Erikson, psiquiatra e psicoterapeuta esboça os estágios de desenvolvimento da consciência, como estruturas diferenciadas. Ken Wilber chama esse processo, que descreve em detalhes, de "Projeto Atman", utilizando-se da pesquisa, trabalhos e teorias de diversas disciplinas, incluindo uma pespectiva ampliada e bem documentada, diferenciando "estágios"de desenvolvimento da espiritualidade,
em que se utiliza da literatura e da experiência pessoal nas chamadas "Tradições Espirituais". Essa pespectiva Ken Wilber chama de "CAMINHO ASCENDENTE". Nessa pespectiva o "o ego" é uma estrutura cognitiva-emocional-sexual-moral-social, necessária ao desenvolvimento, que é transcendida, mas que não desaparece ou só se dissolve no último estágio, falhas no desenvolvimento do "ego" desencadeiam transtornos no desenvolvimento bio-psico-socio-espirituais, que necessitam ser trabalhados. Nesse sentido as duas pespectivas são complementares. Muitos psicoterapeutas transpessoais ocidentais juntam PSICOTERAPIA+MEDITAÇÃO no seu trabalho, também Mestres como Osho e
escolas espirituais atuais como determinadas linhas Sufis, Arica, "Escola do Diamante", fazem essa aliança de TERAPIAS+MEDITAÇÃO OU TRABALHO ESPIRITUAL.
Ocidente+Oriente, desde que o Oriente na cultura deu importância primordial ao desenvolvimento espiritual, aos estados elevados de Consciência e o Ocidente, desde o surgimento da Psicanálise, como dispositivo ocidental no "Cuidado de Si", a psiquiatria, psicologia, psicoterapias; abriram espaço para o desenvolvimento de inumeráveis pesquisas dos estágios iniciais do desenvolvimento humano, de modo muito rebuscado, utilizando-se de metodologia científica, o que não se deu no Oriente.
O ocidente proliferou tecnologias de trabalho sôbre si, tanto no tratamento como na afinação e desenvolvimento de habilidades humanas, otimizando determinadas funções, de modos pedagógicos e terapeuticos. Tecnologias de Si. Modalidades de Análise: Freud, Adler, Jung, Rank,
Laing, M. Klein, Winnicot, Lacan, R. May, etc. Psicoterapias Somáticas: Vegetoterapia, Organoterapia, Biodinâmica, Bioenergética, Biossíntese, Somática Existencial, Biosistêmica, Somatic Experiencing, etc. Educação e Terapias Somáticas: Método Feldenkrais, Rolfing, Massagens, Craneo-sacro, Rebirth, Vivation, Pulsation, etc. Tecnologias grupais: Psicodrama, Sociodrama, Gestalt Terapia, Grupos de Encontros, Terapias Comunitárias, Análise Institucional,
Grupos de auto-ajuda especificos, etc; PLURIVERSOS BIOS-SOCIUS-PSY.
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