Zemané estava meditando,
Zendo,
todos os dias, durante 40 minutos ás 7 horas da manhã,
sentava-se no quarto, numa almofada negra, dobrava os joelhos e encostava os artelhos sôbre as coxas, levou tempo até chegar á postura de lótus, aguentou firme as dores nas pernas.
Os joelhos tocavam o tapete árabe de orações que usava embaixo da almofada,
levou tempo até Zemané compreender de que não era necessário deixar os joelhos tocarem o
chão, principalmente no inverno quando o frio terra se transmitia pór toda a coluna.
Zemané tem uma tendência a austeridade e ao asceticismo, herança dos tempos no colégio de beneditinos, herança cristã de aviltamento da carne, transferência ao budismo ascético...
Então, Zemané na postura de lótus, descansando a bacia pélvica na almofada,
coluna ereta sem esforço, pescoço alongado e queixo levemente voltado para o peito,
diante de uma parede branca, olhos semiabertos, fronteira entre o interior e exterior,
Atenção indo e vindo entre sensações, propiocepções, algumas imagens que emergem de
um fundo e se fazem figuras, espaços entre pensamentos, percepção da respiração, de momento a momento. Mão esquerda descansando sôbre a direita, polegares se tocando á altura do ventre, pouco abaixo do umbigo, fechando um círculo.
-Relaxamento
-Observação no presente
-Sem julgamentos sôbre o que vai e vem.
Zemané ás vezes entra em tédio, vazio, desesperança como se esperasse 'algo' definitivo...
Sutil desejo de alcançar 'outro estado de ser'...
Na maioria das vêzes Zemané sai energizado, como se tivesse tomado latinhas de Red Bull, sai cantarolando para o trabalho...
Certo dia, de modo inesperado se configura algo como uma nuvem cinzenta, brumosa, tendendo a se tornar negra como a almofada, Zemané pesteneja, abre bem os olhos e o mundo vai ficando embaçado...de repente tem um presentimento da presença da 'morte'...se agita um tanto, coração se acelera..."chegou minha hora?".
Tal presságio, se presentifica uma vez e outra no Zendo de Zemané(Zen=meditação e Do=caminho, do japonês)...Insight de Zemané=vida contra morte...dualismo fatal, arcaico como o cérebro reptiliano, anterior a linguagem e á razão, quanto mais esforço mais tensão se instala...
Zemané se lembra de um clássico Koan Zen: "Como tirar o ganso que cresceu na garrafa, sem
quebrar a garrafa?"...Quanto mais Zemané tenta encontrar uma saída, mais seus esforços meditabundos(circunferência que acolhe a bunda de um pretedente a Buda no Zendo)...
Dia frio, ventoso, a janela da sala onde Zemané permanecia no Zendo estava entreaberta e nisso um copo de vidro cai da mesa 'estrondosa-mente', Zemané dá um um grito e pula da almofada ofegante...acalmando-se percebe que apenas um coppo tinha caído, vendo-se no espelho da situação, Zemané começa a rí...e rí e vai chegando ás gargalhadas, chega a cagar de tanto rí, como dito popular:"morre de tanto rí"...Zemané atravessou a 'camada fóbica' e se derretou no riso...
Pode alguém que teme a morte estar em paz?
É o trem das 7 horas, lá vem a vida-e-a-morte de braços e abraços num orgasmo terminal...
Falar nisso, vejam o filme: "Você não conhece Jack", com Al Pacino no papel de Jack Kervokian,
o médico que enfrentou o sistema legal americano asssistindo pessoas em extremo sofrimento a morrer dignamente...Jack, "Dr.Morte" passou 8 e 1/2 anos encarcerado, saiu em 2007, morreu faz uns 2 mêses...Jack expôs toda hipocrisisia política, cientifica, religiosa, das leis, através do tema tabu da morte como direito humano básico...Morrer é prerogativa do Estado e os abutres da religião esperam a carniça da alma...
Como você quer morrer?
"Meu doce amor, quero derreter, quero morrer em seus braços".
Nietzsche tava certo nosssa civilização Apolíninea, sem Díonisio nos leva ao niilismo, ao último dos homens: "Aquele que deseja sua própia morte" e não sabe como efetiva-la, vivemos num mundo de depressivos...Vá ao Shoping que você melhora!
Se liga Zemané!
Zendo,
todos os dias, durante 40 minutos ás 7 horas da manhã,
sentava-se no quarto, numa almofada negra, dobrava os joelhos e encostava os artelhos sôbre as coxas, levou tempo até chegar á postura de lótus, aguentou firme as dores nas pernas.
Os joelhos tocavam o tapete árabe de orações que usava embaixo da almofada,
levou tempo até Zemané compreender de que não era necessário deixar os joelhos tocarem o
chão, principalmente no inverno quando o frio terra se transmitia pór toda a coluna.
Zemané tem uma tendência a austeridade e ao asceticismo, herança dos tempos no colégio de beneditinos, herança cristã de aviltamento da carne, transferência ao budismo ascético...
Então, Zemané na postura de lótus, descansando a bacia pélvica na almofada,
coluna ereta sem esforço, pescoço alongado e queixo levemente voltado para o peito,
diante de uma parede branca, olhos semiabertos, fronteira entre o interior e exterior,
Atenção indo e vindo entre sensações, propiocepções, algumas imagens que emergem de
um fundo e se fazem figuras, espaços entre pensamentos, percepção da respiração, de momento a momento. Mão esquerda descansando sôbre a direita, polegares se tocando á altura do ventre, pouco abaixo do umbigo, fechando um círculo.
-Relaxamento
-Observação no presente
-Sem julgamentos sôbre o que vai e vem.
Zemané ás vezes entra em tédio, vazio, desesperança como se esperasse 'algo' definitivo...
Sutil desejo de alcançar 'outro estado de ser'...
Na maioria das vêzes Zemané sai energizado, como se tivesse tomado latinhas de Red Bull, sai cantarolando para o trabalho...
Certo dia, de modo inesperado se configura algo como uma nuvem cinzenta, brumosa, tendendo a se tornar negra como a almofada, Zemané pesteneja, abre bem os olhos e o mundo vai ficando embaçado...de repente tem um presentimento da presença da 'morte'...se agita um tanto, coração se acelera..."chegou minha hora?".
Tal presságio, se presentifica uma vez e outra no Zendo de Zemané(Zen=meditação e Do=caminho, do japonês)...Insight de Zemané=vida contra morte...dualismo fatal, arcaico como o cérebro reptiliano, anterior a linguagem e á razão, quanto mais esforço mais tensão se instala...
Zemané se lembra de um clássico Koan Zen: "Como tirar o ganso que cresceu na garrafa, sem
quebrar a garrafa?"...Quanto mais Zemané tenta encontrar uma saída, mais seus esforços meditabundos(circunferência que acolhe a bunda de um pretedente a Buda no Zendo)...
Dia frio, ventoso, a janela da sala onde Zemané permanecia no Zendo estava entreaberta e nisso um copo de vidro cai da mesa 'estrondosa-mente', Zemané dá um um grito e pula da almofada ofegante...acalmando-se percebe que apenas um coppo tinha caído, vendo-se no espelho da situação, Zemané começa a rí...e rí e vai chegando ás gargalhadas, chega a cagar de tanto rí, como dito popular:"morre de tanto rí"...Zemané atravessou a 'camada fóbica' e se derretou no riso...
Pode alguém que teme a morte estar em paz?
É o trem das 7 horas, lá vem a vida-e-a-morte de braços e abraços num orgasmo terminal...
Falar nisso, vejam o filme: "Você não conhece Jack", com Al Pacino no papel de Jack Kervokian,
o médico que enfrentou o sistema legal americano asssistindo pessoas em extremo sofrimento a morrer dignamente...Jack, "Dr.Morte" passou 8 e 1/2 anos encarcerado, saiu em 2007, morreu faz uns 2 mêses...Jack expôs toda hipocrisisia política, cientifica, religiosa, das leis, através do tema tabu da morte como direito humano básico...Morrer é prerogativa do Estado e os abutres da religião esperam a carniça da alma...
Como você quer morrer?
"Meu doce amor, quero derreter, quero morrer em seus braços".
Nietzsche tava certo nosssa civilização Apolíninea, sem Díonisio nos leva ao niilismo, ao último dos homens: "Aquele que deseja sua própia morte" e não sabe como efetiva-la, vivemos num mundo de depressivos...Vá ao Shoping que você melhora!
Se liga Zemané!
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