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Mundos em desamparo...

Quando se fala da morte de Deus na modernidade, esse tirano idealizado,
para sustentar as estruturas opressivas desse mundo, no ocidente, se pensa
em Nietzsche, na sua famosa passagem de "Zaratustra"...mas Nietzsche já
não estava nem aí para esse fantasma...ele não lamenta, zomba, brinca, ri.
Quem liquidou o Deus judaico-cristão, de uma vez por todas foi L. Fuerbach,
é demasiado convincente seu argumento desse Deus feito á imagem e semelhança
das ideologias das classes dominantes, para oprimir, dominar, manter cativo os seres
humanos.
Esse livro de Fuerbach:"O cristianismo", de clareza cuntundente, teve grande influência
sôbre K. Marx e F. Engels.
Daí a famosa frase de Marx: "A religião é o ópio do povo!". Todas as forças rebeldes das
classses oprimidas, recebiam um "pico"de sonífero, qualquer desejo de liberdade eram
esmigalhados, ameaçados, castigados, reprimidos, suprimidos em nome de Deus sob a
supervisão dos seus santos capatazes...essses sanguesugas habitantes do vaticano e os
missionários espalhados por todo planeta, nas colônias, nas aldeias índigenas...
Lá onde cabeças eram cortadas, uma cruz era estabelecida...
É terrrível a história da civilização ocidental, é um pesadelo, como diz Stephen Dedalos,
o personagem de J. Joice em Ulisses: "A história é um pesadelo que devemos acordar".
Seria sem fim relatar as atrocidades feitas em nome de Deus: Obstruiu o conhecimento,
impediu a expressão das mulheres, em todas religiões organizadas socialmente, sua sexualidade, seus meios naturais de anti-conceptivos, seu conhecimento intuitivo, seu modo
de gôzo, sua cidadania, etc, o mesmo com as crianças, com os povos primordiais, com outras raças não-européias, com as experiências diretas, sem intermediações do sagrado, o que
terminaria de uma vez por todas 'o brogodó dos discursos teológicos e religiosos'...por exemplo,
os espanhóis invadem o México, os padres que acompanhavam a expedição, observam que entre
os Astecas ou habitantes daquele mundo reverenciavam uns cogumelos que chamavam de
"teonacatl", que literalmente siginificava a carne de de Deus, usados em rituais xamânicos davam acesso direto ao 'mundo sagrado', então esses missionários passsam a inverter o sentido metáforico dos cogumelos, daí a "carne ou erva do diabo", e a proibição explicíta, com ameaças de torturas no uso desses cogumelos...
Marx, certamente se referia ás religiões organizadas, que davam sustentação ás classses dominantes...talvez ele não tivessse conhecimento das chamadas "experiências espirituais",
que não estão ausentes mesmo no cristianismo, experiências individuais, que foram expostas com a cautela de não se tornarem heréticas, como Angelus Salesius, Meister Eckhart, San Juan
de la Cruz, Teresa Dávila...são experiências isoladas...nenhuma revolução dentro da Igreja.
Que importância tem a espiritualidade na vida humana?
É interessante que Lacan, considerando o gôzo místico, relaciona com o gôzo da mulher"não de todo fálico", também acessível ao homem ao que ele chama "empuxo á mulher". A historiadora Riane Eisler no monumental livro: "O prazer sagrado", Ed. Rocco, pensa que antes da dominação masculina e da separação corpo e alma instituídas: "O êxtase sexual é êxtase espiritual". Entre as estatuas tibetanas que representam o "estado iluminado", encontramos as divindades masculinas e femininas num abraço genital, união do "gôzo e da vacuidade".
Essa questão aparece entre alguns filósofos: Kieerkegaard, Bergson, W. James, etc, que tiveram grande influência na psicologia moderna.
No filme Kundum, há um dialógo da Mao Tsé Tung e o Dalai Lama de 18 anos, filmado por Scorcese, Mao parece um porco gosmento, mastigando tabaco e dando cusparadas asquerosas,
diz ao Dalai Lama, repetindo o refrão de Marx: "A religião é o ópio do povo", essa foi sua justificativa de invadir e liberar o povo tibetano da opressão religiosa. Mas, o budismo tibetano,
cultivado durante mais de um milênio no teto do mundo, é da mesma natureza das religiões conhecidas por seu efeito opressivo?
Esssa é uma questão importante: Há religiões que tem um efeito liberador, que nenhum outro tipo de conhecimento pode trazer?
Mao Tsé Tung, o porco gosmento, marchou com a juventude com seu livro vermelho, pisoteando
uma das mais belas tradições culturais da humanidade, arte, filosofia, religião, uma visão de mundo, uma compreensão imanente da natureza, da mulher, das crianças na China...pregando seu nôvo credo...acho que não tem nada que ver com o comunismo...asssim como o Satalinismo e seu facismo vermelho..."o ópio do povo" passa a ter nomes de materialismo histórico, ciência da sociedade...A pespectiva liberadora de Marx se transforma numa nôva força de opressão metálica, sanguinária, desqualificadora dos seres humanos...
As religiões cristãs e as seitas que proliferam entre nós são desérticas, é apenas uma ilusão que manttem abrigada o desamparo humano.
Entre as classes pobres, sem condições materiais e cognitivas de no mínimo "fortalecer o ego",
átraves de técnicas "psi", em desamparo acelerado com o despedaçamento das tradições comunitárias, a família em desordem progressiva, rodeadas de um mundo de objetos, a falta de
um sentido para a vida...vítimas cada vez mais da tragédia, violência, dependência quimíca,
desorientação dos filhos, expropiadas da experiência, sem capacidade de organização, num mundo de mutação cada vez mais acelerada, sob custódia de técnicos cientificistas...não é em vão que cada vez mais esssas pessoas se dizem "depressivas", desejando a morte, no limite do suportável, que novos valores ou espiritualidade efetiva pode trazer motivação para viver?
Vamos medicalizar a existência ou á sociedade, injetar substâncias "faltantes" no cérebro dessas pessoas, nominar uma nova bio-identidade e passar a adiministra-la com a ideologia científica,
esse nôvo assujeitamento coletivo.

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